quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Velharias... e mais velharias...

Quarta, 22 de agosto de 2012


Olha só o que achei em um sebo (nome que nós cariocas damos aos antiquários de livros e revistas): uma revista de 1925 com um artiguinho sobre aviação!! -  Tirei ultra rapidamente minha ultra-mega-super câmera digital sem flash e, espero que o dono não tenha se importado MUITO, fotografei para postar aqui.

Texto ao pé da ilustração: “A última novidade em aviação – Reboques para aeroplanos. Cada qual tem seu piloto mas dispensa motor e gasolina. Chegando ao ponto de destino, desliga-se do avião-motor e pousa em vôo planado.”

Capa da tal revista...


Agora... voltando no tempo...

Dentre as "velharias", finalmente achei as minhas fotos do solo!!!!!
Estavam no hd que queimou, mas o técnico conseguiu recuperar algumas...



Domingo, 12 de junho de 2011

O dia começou animado: Sílvio e o seu biplano estão a fazer acrobacias sobre a pista. Vamos esperar antes de ingressar,...
Eu estou levando a asa do planador, como vocês podem presumir.


Olha só que lindooooooooooooo............................. que cheio de graça....


O que ele quis dizer com isso...??!
"E..." ou "C..."?
Bem. Mas era Dia dos Namorados, que é o que importa. Pensei no meu. É um sujeito de fibra.Chama-se PLANADOR! Rs. Pois é, casei com a aviação... só que sou bígama, trígama, sei lá: curto tanto os planadores quanto os aviões e outros trecos que voam!

Se bem que tenho um namorado que nem sei se é ou não é (um treco que voa...?), mas... deixa prá lá...

Na carreta, com a folha de pista, para variar. Toda glamourosa, nem suspeitava o que de fato fosse acontecer...

O RELATO DO SOLO

Meu instrutor, o Simões, só me dizia rindo: " A cobra vai fumaar! Cuidado..."
"Se cuida... tua batata tá assandoooo!!!!"

Oras, e eu ainda nem tinha voado para fazer alguma besteira! Comecei então a pensar sobre os dias anteriores: será que tinha feito algo muito errado e ia dar B.O. (boletim de ocorrência) antes dos voos?

Daí, chegou minha vez de voar, mas em vez do Simões,veio o Gibanespa. Ele queria ver como estava o meu voo. "Ui", pensei. De duas, uma: ou é implicância ou ele será o avaliador número 2 para me liberar solo (eu estava na fase de pré-solo e isso significa que a qualquer momento, três instrutores poderiam voar comigo e depois, em uma reunião, decidiriam se no próximo voo me deixariam "livre" ou não).

Foi dito que esse seria um voo de avaliação e que, no próximo, seria o voo normal com o Simões. "Ai!", pensei. "Por isso que a minha batata está assando!" - imaginei errado. Na verdade, era o voo de emergência, ele queria saber como eu me sairia dessa.

Decolagem normal, reboque normal, de repente a uns 300 metros escutei um "PAC!!" muito estridente. "Arrebentou a corda?" - Pensei. Olhei em frações de segundos e lá se ia o rebocador com a corda. "Emergência!"- Falei alto e calmamente para o Gibanespa, que não deu um pio, enquanto que eu voltava para o circuito de tráfego, para depois girar base e ir para a final. Tudo muito calmo e tranquilo. Ainda deu para pensar: "Que bosta! Bem que podia ter me avisado..."

Pousamos bem pousado, sem pouso "boeing" ou placado. Pousei de raiva. Mas, mal paramos e eu nem pude respirar. Ele comunicou que "o voo agora seria normal, com o Simões, mas teria que ser rápido, rápido; tira logo o planador da pista, empurra, empurra, rápido, rápido!" Cacete, nem deu tempo de pensar!

Com a língua lá no chão e o coração e as pernas ídem, empurramos na UNHA o planador de volta para a marca de decolagem... Eu estava roxa, suando às bicas,e ele ordenou novamente: "vai logo, entra logo, que a gente não tem o dia inteiro e eu tenho mais o que fazer!" - Pressa típica dele, mas meio exagerada. Simões sorria.

Eu tornei a ajeitar o páraquedas no meu lombo e o Giba, ídem... nem me dei conta que era a vez do Simões, não dele! - Entrei no planador, rechequei tudo, com a língua quase enroscando nos pedais de cansaço e só então me dei conta, espantada, de que minhas mãos e pernas estavam tremendo de nervoso. Elas são mais espertas do que eu.

Sentí algo errado, mas me sentí calma (como assim?? Sei lá...). Fechei o plex e quando fui dar ok para o reboque, ví o Simões me dando tchauzinho rindo e o Gibanespa aparecer correndo por detrás do planador. "Sacana!!!" - Pensei. Mas, fiquei entre apreensiva e alegre. Ele me deu uns conselhos já batidos e sorriu.

Decolei. Reboquei. Agora estava de vez, tudo comigo! - Foi o que pensei primeiro. "Já tinha passado da hora!" - Pensei depois. Cantarolei, para espantar eventual nervoso. Eu estava calma. Me preparei para as emergências que eventualmente pudessem acontecer. Curtí o visual (por segundos, rs). Comecei a ficar apreensiva: o reboque estava demorando demais  para chegar nos 600 metros de praxe, para a soltura. Então, imaginei que o Simões estava atrás, me criticando pela asa ligeiramente torta, por estar calada, etc. Deu certo!

Chegou 600 metros e eu automaticamente me libertei do avião, com o "PAC!" característico. Fiquei a observar a corda fazer "cobrinha", solta, enquanto que o rebocador iniciava curva à direita. Só então, fiz a minha, à esquerda. Daí, minhas pernas viraram pudins... " Aaaah, estou SOZINHAAAaaaaaaa!!!!" -Primeiro pensamento, de puro pânico, duração de alguns segundos... ou milésimos disso, sei lá. Parecia que o tempo tinha parado, só para me observar.

Para me acalmar, catei a térmica mais próxima e me concentrei a centrá-la, enquanto pensava: "qual a diferença de voar com instrutor e voar sozinha? - Nenhuma, a não ser que não tem ninguém para espiar! Iupíí!!!" - Ledo engano... todo mundo lá embaixo estava de olho e câmeras no meu voo...

Já sem o treme-treme e feliz da vida, térmica terminada, altura caindo, decidí vir para pouso e entrei na perna do vento. Outra crise: era o momento mais crítico do voo; um erro aqui e eu viraria a vergonha do aeroclube, ou a panqueca da pista...

Mais tensa que gato em boca de cachorro, vim para pouso e pousei bonito (segundo me contaram, todos entusiasmados. Para mim, lá de dentro, apenas pousei...)!

Saí de dentro da cabine mais mole e molhada que vara verde em dia de chuva, mas em vez de estar feliz, estava... chocada. Rs. E assim foi o meu solo. Voltei então, após muitas fotos e parabéns, para a minha querida folha de pista. Parecia que eu estava em transe, séria, sem ter caído a ficha ( que não caiu até hoje, kkkkkk)!

- Acho muita responsabilidade o ato de voar e, por uma coincidência, naquele dia me sentia com problemas com o meu namorado de carne e osso...

Aqui, depois de terminadas as operações, Rafa (Rafael Petinelli, o mesmo que sabotou meu banho "simbólico" de folhas) ajudando o diretor de materiais a fazer o meu balde de lama (o batismo!).


Daí, veio o batismo: "Aaaaméémmm!!!" Com lama, lógico. E como ela estava friaa, brrrr! Reinaldo Monteiro, que também foi meu instrutor, estava atrás, todo mal-intencionado. "Ai, se eu te pego,ai, ai,..." devia estar cantarolando (se bem que essa música ainda não existia.).


Já de cara suja, eu protestava por estar demorando tanto. Gibanespa dava as ordens (de novo!). Simões sacudiu e misturou mais a água, na tentativa de fundir as folhas e galhos que o Rafa havia posto, para "envenenar" o batismo... "É agoraaa!!", disse ele.

"Lá vaaiiiiiii...!!!" - Depois de jogarem umas folhinhas de enfeite na minha cabeça...


"Mas que @#$%&**!!!" - A lama estava gelada e era quase o por-do-sol. Capricharam no banho, não perdoaram, como fizeram com a Cacau (filha do instrutor Reinaldo Monteiro), que só levou laminha do pescoço para baixo. Gibanespa, muito esperto, saiu logo de perto!


Paulo Greca, jornalista, apresentador, mulherólogo, fotógrafo e xereta de plantão, me fotografando com o meu "libertador", instrutor, piloto, pau-para-toda-obra e tesoureiro,o estressado Gibanespa, que só se deixou pegar parcialmente, depois de eu prometer que não sujaria a camisa dele!


Depois, foi a vez do meu penúltimo instrutor, piloto, engenheiro e tudo o mais de fofo e zombeteiro, Simões.


Daí em diante, teve o início da caçada!


O diretor de materiais escondeu-se no banheiro, o Rafa, ídem, mas consegui pegar. Aquí, estou pegando só nas mãozinhas da Eva, dona da cantina, enquanto que o marido e rebocador, Parente, se escondia lá atrás, fingindo pegar um suquinho de frutras, como se isso fosse adiantar!!


Segunda, 13 de junho de 2011


Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz! Eu e a lagarta, felizes da vida, repartindo o mesmo banco do aeroclube.

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